sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Retrato

Olhos simples
Mente aberta
Jeito estranho
Rua deserta

As mãos são o teto
Os pés são o chão
Flores no cabelo
Na rua não

Olha pro céu
Espera um sinal
Esconde o soluço
Reflete o futuro
Engole a lágrima
E solta uma nota musical

Encara de frente
E dá às costas
Espera da estrela
A rua resposta

Os ouvidos são portas
A calçada o palco
Os lábios de nuvem
A rua de asfalto

Olha pros dedos
Espera o não
Respira fundo
Encolhe o punho
Abre a mão
E escreve uma canção

Reconta os sonhos
Tenta não amargurar
Mareja os olhos
Só a rua pra chorar

As unhas são cercas
Sentimentos propriedade
O escuro é íntimo
A rua, cidade

Olha prós pés
Pensa em andar
Esconde o rosto
Esquece o desgosto
Bate na corda
E volta a cantar

Vibram as cordas
Vibra a razão
Vibra na alma
Aquela emoção
Estala em vermelho
No fundo do peito
Vibra o mundo
Em meio segundo
Para o coração

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