sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Perigeu

Porque meus olhos nunca foram tão tensos quanto agora?
Porque vejo algo que antes não via?
Talvez, seja um pouco mais de luz. Ou, somente menos preguiça.
O que dói mais? Será notar o não visto? Perceber o que estava ante os olhos? Ou nunca enxergar que a maior verdade é tão crua que nos cozinhamos no mormaço do dia para não perceber...
Ser é mais fácil que mentir. A mentira exige um esforço para ser mantida, uma ordem tão complexa para que pareça verdade, que acaba não fazendo muito sentido, uma vez que desgasta mais inventar uma outra verdade que contar a que já está pronta. Ou, simplesmente, não se preocupar com a veracidade dos termos, mas sim com a sensação como produto.
E daí? E daí nada. Num tem que ter e daí. Porque tem que ter continuação? Se nem vou estar aqui para por o ponto final, já que para ter ponto final eu não mais posso ter ações. Mas quem também definiu onde a história começa e termina? Não tem que ter razão, não tem que fazer sentido Não tem que ter ordem. Na verdade a gente já tem ordens de mais. A gente recebe ordens de uma coisa que fica rodando o dia todo ( e a noite também) e não sai do lugar. Mas manda que EU saia do lugar. Detesto relógios. Se o tempo é uma questão de percepção. Eu percebo que eles me irritam. Mas eu tenho vários pela casa. No pulso não, se o meu fosse como o de Harold, talvez...
Então, mais algumas interrogações. Não, não se preocupe Não espero que me responda até porque ficaria assustado se você conseguisse.Na verdade, se você achasse que conseguiria São só devaneios. Antes pudesse eu dizer, que são frutos da insônia, Isso me resguardaria os sonhos e os dias bem dormidos. Não uso drogas, não to bêbada. Logo, pode se assustar mesmo porque penso assim em estado consciente. Na verdade tão consciente quanto o dia a dia permite.
A gente fecha os olhos pra viver, a gente esquece pra sobreviver, a gente chora pra não engasgar, a gente grita pra não explodir, a gente canta pra relaxar, a gente escreve pra não falar. E depois a gente guarda. Guarda a revolta, guarda o cansaço, guarda o choro, guarda tudo numa gaveta e toca o dia.
Mas vez ou outra me incomodo, quando vez ou outra nos acomodarmos, no lugar de vez ou outra nos incomodarmos, vamos sair do lugar. É, qualquer dia saio da minha órbita e entro em rota de colisão...

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