sexta-feira, 20 de novembro de 2009

o silêncio

As vezes queria sentir ao menos meia dúzia de palavras.
As vezes queria sentir apenas essa meia dúzia de palavras.
Mas as vezes é o silêncio que ocupa o espaço.
E o mais estranho é perceber como ele consegue
preencher o ambiente até te esmagar
contra as parede dos seus próprios sentimentos.

Sabe aquele famoso nó na garganta?
É aquele mesmo, o que aparece
quando tudo vem abaixo junto com a sua expressão.
Nada mais é que a palavrinhas que por não saber como sair
se aglomeram e te deixam sem conseguir nem ao menos engolir.

O silêncio geralmente é sinônimo de hiperatividade cerebral.
(Ao menos pra mim)
De preocupação extensa, extensa, extensa, extensa
Extensa o suficiente para não te deixar falar.
É que as vezes acontece tanta coisa que a gente não assimila rápido o suficiente para por pra fora.
É aquele outro nó na garganta.
Esse as vezes a gente chama de sapo.
E quem dera ele fosse obra de um ou outro
mal educado que fala demais.
O problema é justamente quando toda a sua vida fala demais.

E aí a gente espera.
E com sorte a gente chora.
Com azar a gente estressa.
E com o tempo tudo muda de lugar.
E algum dia, tudo vai embora.

E com o espaço sobrando, as palavras voltam.
Afinal de contas, elas não são tão desnaturadas.
Por mais tempo que possam passar longe,
elas nunca abandonam os velhos amigos.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Bom Dia.

Um dia eu acordei.
Decidi ficar na cama.
Não estava com pressa se sair de lá.
Estava me sentindo confortável.
Aninhado, protegido.
Estava em meu Éden particular.
Em meu verdadeiro paraíso.
Tranqüilo, sereno...
Estava em um momento único em meu dia.
Tinha certeza que, naquele dia, não haveria um momento igual.
E que momento...
Estava em transe, em alpha.
Tinha encontrado o meu nirvana.
Tentei aproveitar esse meu momento ao máximo.
Sabia que não duraria para sempre.
Nem sequer duraria muito tempo.
Me encolhi e fiz todo o esforço possível para aproveitar mais esse momento.
Me sentia em um dia quente mas não em um dia de verão, um dia agradável em um lugar agradável.
Apesar de meu ninho estar me agradando ao máximo, queria mais.
Queria uma sensação nova.
Misturada a tudo o que eu já sentia.
Então, abracei o que eu mais queria com força.
Lhe dei um beijo e lhe disse bom dia.

Com todo o meu amor,

Renato Pedrosa Neto