Desconsiderando todos os avisos de perigo que gritavam nos seus ouvidos. Que alternavam entre gol de copa do mundo, loucos doido varrido, queda de precipício e barata voadora. Colocou um salto alto, aquela blusa que a deixava mais magra e a saia acima dos joelhos, a única do guarda roupa, ainda que escasso. Usou um o batom de ocasiões especiais, se deu ao trabalho de se maquiar, coisa que raramente fazia mesmo em dias de festa. Quando saiu da casa concluiu que não era ela que saía, era uma outra, totalmente montada, feita de peças que ela usava com moderação. Uma por vez. E mesmo assim, já se sentindo deslocada.
No caminho, silenciosamente, as duas discutiam, a que não saiu e a que passou pela porta de casa ainda há pouco. A primeira continuava gritando insistentemente. A outra se fazia de surda e planejava uma entrada triunfal, sorrindo meio de lado, por ter tomado o controle pelo menos por um dia...
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