E com a brutalidade de um suspiro ele se pôs de pé. Não tinha mais o que fazer ali.
O que haveria de esperar ouvir naquele lugar, além de combustíveis para suas próximas insônias?
Na verdade neste exato momento começou a se questionar que diabos tinha ido fazer naquela alcova. Se sempre soube o que lhe poderia dizer. Que nem um fio de esperança nunca lhe deram, isso ele não podia negar. Mas não podia deixar de ir e com a mesma intensidade que sempre sentiu, a raiva foi aplacada pela apatia. Quase na verdade, não se podia dizer que era ou estava apático, mas não tinha brilho algum no céu que passava em curvas sob sua cabeça.
Mas sem ao menos saber, de fato, naquele momento conjecturou que o que sentia era maior que os dragões. Os sentimentos verdadeiros são maiores que as feras. Assim mesmo, sem sentido, ou melhor, sem lógica. Sem a mesma lógica dos loucos mas com sabedoria equivalente...
Havia concordado em chegar até ali sabendo perfeitamente o que ouviria e o que não conseguiria dizer. (os ensaios mentais de nada valeram, mas isso ele bem sabia também). E aí fica a bela questão da noite: Por quê, se já sabia? Por que sente se não merecem seus (agora sentidos) sentimentos? Por nada mesmo.
A correspondência na verdade é apenas um bônus de quem sente. O sentimento é por si só. Querendo ou não. Afinal são milhões e porque raios o raio haveria de cair no mesmo lugar em mãos opostas, sem contramão, com vaga livre e sem multas? Uma recíproca nunca é verdadeira. Ninguém sente igual. Mas para quem acredita em coincidências...
Respirou fundo, sutil como um furacão, o soluço que secaria por alguns segundos os olhos eternamente marejados. Olhou as flores que carregava. (rosas é claro, mais clichê que isso impossível, mas sentimentos também são clichês, sempre são). E saiu por aí distribuindo as rosas para quem cruzasse seu caminho. Esperando deixar com elas um pouco de seus sentimentos transformado nos sorrisos dos presenteados. Afinal, enfim, o destino de todo sentimento é circular entre as lágrimas e os sorrisos dos quais são feitos.
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1 comentários:
Tentando aprender, seguindo um mestre...
http://juvenal.filho.zip.net/
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