Com mais dois breves pensamentos ele teria desistido. Mas fazer o quê? Nada era tão simples como comer o doce de banana feito pela mãe. Teria que enfrentar aquilo mais cedo ou mais tarde.
A mala estava pronta. Bem vazia na verdade já que teria que deixar para traz a maioria das coisas. Algumas só veria de novo em alguns pensamentos deturpados, quando alguém tentasse lavar suas memórias com um shampoo inapropriado, qualquer um que não fosse para memórias secas.
A passagem logo a frente esperava com a impaciência típica dos portões. Tudo é passado de hora, tudo é da hora passada, tudo é só passagem. Portas são frias. Disso ele não se esqueceria. Mas ignorou por dois breves momentos.
Se despediu dos entes queridos. A despedida foi longa, eram muitos, de lugares diferentes do planeta e até de fora dele. Abraçou com grande pesar seu melhor amigo, levantando-o do chão. Chorou por dois breves segundos. Ensopando o pelo providencial do companheiro.
Respirou fundo, por duas breves eternidades tentando se concentrar. E sabia muito bem que só havia conseguido chegar ao último suspiro, porque não precisava pensar no que estava fazendo. Fazia parte das coisas que ele já sabia de co: respirar. E isso ele fazia bem. Quando a asma deixava é claro. Ergueu o pé direito (superstições dá avó que ele preferia não contrariar) e com um passo maior que as curtas pernas, entrou na adolescência.
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