terça-feira, 11 de novembro de 2014

Que nem homem

“Você pensa que bem homem."

Por toda a minha vida ouvi coisas deste tipo. Desde bem nova as pessoas já identificavam que eu não tinha ali muito traquejo com as tarefas domésticas ou com algumas meninices típicas.

Aparentemente ser prática, se focar na carreira, não querer casar, não querer ter filhos, não gostar de crianças, diferenciar sexo de amor, ser independente, não gostar de cozinhar e não me apaixonar por todo o cara que aparece na minha vida é coisa de homem.

E como toda coisa de homem, MULHER NÃO PODE.

Eu não me incomodava com isso. Na verdade sempre achei piada da expressão e até adotei me dizendo “mais macho que muito homem”. E eu realmente levava quase que como um elogio não pensar como as meninas em geral... Mas peraí! Como assim ser homem é elogio? Isso tá errado.

O machismo está tão arraigado em nossa cultura que as vezes custamos perceber e acabamos, mesmo que sem querer, levando ele adiante. Expressões  como “ser o homem da relação”, “por o pau na mesa”, “ter culhões” não deveriam ser um elogio. Nem para um homem e nem para uma mulher.
Gênero não é elogio.

Eu não sou mais macho que muito homem, eu não tenho culhões e não sou o homem da relação.
Eu sou uma Mulher. De peito. Aberto.

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