terça-feira, 3 de agosto de 2010

A atriz

Foi outro dia (era dia mesmo) que eu decidi, que o pão não bastava.
Que aquele outro espelho que andava sozinho, já não me encarava.
Eu me fazia multidão, pra deixar de ser só.
Eu me perdia em meio milhão pra tentar ser meio inteira.

E é cada coisa, que a vida dá.
E é cada sonho que a vida toma.
Que o amor resolveu não sobrar.

Faz algum tempo (faz tempo mesmo) que eu pensei que o sorriso bastava.
Que o resto era salto, cetim, nós e pulsos. Queda livre, asfalto e calçada.
Eu era sim. E o resto não.
Eu teimava: sim. E a vida, não
Por fim (ah! Era mesmo o fim) restou a multidão...

E eu era só. E era só um papel de solidão...

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