Ele entrou velozmente no vagão nos últimos segundos. Uma mulher achou que ele era estranhamente atraente, ainda que esbaforido. Uma menina o achou divertido, com aquela cara engraçada. Uma senhora achou que ele era imprudente. E um homem, achou que ele era um idiota.
Todos estavam corretos.
Andou mais alguns metros dentro do vagão e olhou pela janela se deliciando com a velocidade do veículo. Aquela velocidade segura e calmante ainda que o balançasse um pouco. Pra ele, aquela balançar era mais como uma rede ou uma cadeira de balanço. Acalmava.
O último assalto tinha lhe rendido um ipod novo, um Big Mac e uma rosa. Sim, uma rosa. Ele sempre reservava alguns trocados para comprar uma flor. Mais especificamente uma rosa. Sim, ele sabia que uma rosa era clichê o suficiente. Mais não havia necessidade de criatividade para isto. A esperteza ele guardava para aquelas outras situações. E uma rosa é assim um Ray Ban, nunca sai de moda. Sim, ele tinha uma Ray Ban. E sim ele comprou uma rosa no mesmo dia.
O Big Mac já estava em digestão. Foi a primeira aquisição.
O ipod no bolso, apenas no bolso. Aquelas músicas barulhentas que ele havia encontrado no aparelho não lhe agradavam nenhum pouco. Ele preferia musica clássica. Sim, música clássica e funk. Os extremos nunca haviam o incomodado.
Sentou em um banco, quase no fim do vagão em que entrou. A rosa era sua contrapartida. Fazer melhor o dia de alguém com aquela rosa haveria de equilibrar as coisas de alguma forma. A rosa era sagrada. Se faltasse, ele interava. A rosa era sagrada.
domingo, 20 de dezembro de 2009
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