sexta-feira, 20 de novembro de 2009

o silêncio

As vezes queria sentir ao menos meia dúzia de palavras.
As vezes queria sentir apenas essa meia dúzia de palavras.
Mas as vezes é o silêncio que ocupa o espaço.
E o mais estranho é perceber como ele consegue
preencher o ambiente até te esmagar
contra as parede dos seus próprios sentimentos.

Sabe aquele famoso nó na garganta?
É aquele mesmo, o que aparece
quando tudo vem abaixo junto com a sua expressão.
Nada mais é que a palavrinhas que por não saber como sair
se aglomeram e te deixam sem conseguir nem ao menos engolir.

O silêncio geralmente é sinônimo de hiperatividade cerebral.
(Ao menos pra mim)
De preocupação extensa, extensa, extensa, extensa
Extensa o suficiente para não te deixar falar.
É que as vezes acontece tanta coisa que a gente não assimila rápido o suficiente para por pra fora.
É aquele outro nó na garganta.
Esse as vezes a gente chama de sapo.
E quem dera ele fosse obra de um ou outro
mal educado que fala demais.
O problema é justamente quando toda a sua vida fala demais.

E aí a gente espera.
E com sorte a gente chora.
Com azar a gente estressa.
E com o tempo tudo muda de lugar.
E algum dia, tudo vai embora.

E com o espaço sobrando, as palavras voltam.
Afinal de contas, elas não são tão desnaturadas.
Por mais tempo que possam passar longe,
elas nunca abandonam os velhos amigos.

0 comentários:

Postar um comentário